🎮 Tentar Não é um Erro, Mas Pode se Tornar um
PlayStation e o Dilema dos Jogos como Serviço (GaaS)
Ontem, a PlayStation anunciou a iniciativa teamLFG, focada em jogos multiplayer e jogos como serviço. E, como era de se esperar, os comentários não demoraram: desde piadas e xingamentos até crÃticas sinceras pela empresa não estar investindo em um novo estúdio de jogos single player.
Parte dessa reação é culpa da própria PlayStation. A empresa criou uma base de fãs tão fiel — e, em alguns casos, alienada e arrogante — que qualquer mudança estratégica soa como traição. Mas será que essa decisão foi feita só para provocar a comunidade? Será que a empresa realmente está abandonando os jogos single player?
Na minha visão, não. Isso parece mais uma questão de necessidade do que pura ganância — ainda que muitos fãs insistam em enxergar assim. Olha eu aqui fazendo o papel de advogado do diabo...
O Mercado Mudou — E a PlayStation Está Correndo Atrás
O mercado de games é dinâmico. As empresas que não se adaptam correm o risco de desaparecer — ou, no mÃnimo, de comprometer suas finanças.
Durante a 8ª geração, a PlayStation se orgulhava dos seus tÃtulos single player e se posicionava contra os jogos como serviço. Na época, Phil Spencer (Xbox) já dizia que os single players não tinham o mesmo impacto de antes. Claro, ainda vemos casos de sucesso como Elden Ring e Hogwarts Legacy, mas vale lembrar que esses tÃtulos são multiplataforma e, por isso, alcançam públicos muito maiores.
A própria Sony criou no público a percepção de que o single player era seu ponto forte — e era mesmo. Só que os desafios da indústria foram se acumulando: crescimento estagnado de público, aumento absurdo nos custos de produção dos AAA e a pressão para manter a rentabilidade.
Durante a geração PS4, por exemplo, houve polêmica com Days Gone. O diretor Jeff Ross revelou que, mesmo com boas vendas, o jogo não teve sequência porque a Sony depende muito do sucesso imediato para aprovar continuação. Isso mostra o quão delicado é o modelo de negócios da empresa.
Entre Orgulho e Sobrevivência
Com a chegada do PS5, a Sony prometeu uma nova geração com jogos exclusivos. Mas a adesão ao console foi abaixo do esperado. Resultado? Jogos crossgen, bundles e o inÃcio de uma nova fase: levar jogos para o PC.
Horizon Zero Dawn foi o primeiro passo. Depois vieram outros tÃtulos, e a exclusividade começou a ruir. Muitos viram isso como uma traição. Mas, de novo: a necessidade sempre fala mais alto que o orgulho.
Agora, chegamos ao ponto crÃtico: a expansão para jogos como serviço e até mesmo a possibilidade de ver jogos da Sony chegando a concorrentes como a Nintendo. Tudo isso está frustrando os fãs mais sensÃveis.
Jogada de Sobrevivência ou Traição?
Essa mudança é uma aposta de sobrevivência. A Sony não quer mais depender de jogos de terceiros, que cada vez mais estão sob controle da concorrência. Ela precisa criar seu próprio ecossistema — e os GaaS podem ser o caminho.
Se der certo, isso trará estabilidade financeira e permitirá que a empresa volte a investir em jogos mais autorais e criativos, sem a pressão de recuperar os custos em tempo recorde. Em outras palavras, esse movimento pode até salvar a essência que os fãs tanto defendem.
No fim das contas, tentar algo novo não é um erro. Mas insistir em modelos ultrapassados por puro orgulho, sim, pode ser. Vamos ver no que essa nova fase vai dar.
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