Quem realmente ganha mais: a empresa que leva 70% ou a que fica com 30%?

 

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Muita gente nas redes sociais costuma dizer que a Microsoft lançar jogos no PlayStation só serve para “enriquecer a Sony”. Afinal, a Sony fica com 30% de todas as vendas na sua plataforma, certo? Parece fácil: ela só precisa deixar o jogo entrar na loja, sentar e esperar o dinheiro cair. Mas será que é assim mesmo?

A verdade é que manter uma plataforma como o PlayStation custa caro — e muito. Não se trata apenas de disponibilizar um jogo na loja digital. Por trás da experiência que o jogador tem ao comprar, baixar e jogar um título, existe uma infraestrutura gigantesca que precisa funcionar com estabilidade e segurança 24 horas por dia.

Estamos falando de servidores para download e multiplayer, armazenamento em nuvem para saves e dados, sistemas de streaming, gerenciamento de atualizações, suporte técnico, e claro, segurança digital para proteger as contas dos usuários e os dados financeiros. Tudo isso gera um custo operacional enorme.

Para se ter uma ideia, em alguns períodos recentes, mais de 70% da receita da divisão de games da Sony esteve comprometida com custos operacionais. Ou seja, sobrou menos de 30% como lucro bruto — isso antes mesmo de considerar impostos, reinvestimentos e aquisições.

Então, quando uma empresa como a Microsoft vende um jogo no ecossistema PlayStation e paga 30% à Sony, esse valor não é lucro líquido. Grande parte dele é usada para cobrir os custos de manter a infraestrutura funcionando. E quanto mais jogos entram na plataforma, maior o volume de dados, suporte e tráfego — o que significa que os gastos também aumentam.

É claro que a Sony ainda ganha dinheiro com isso. Mas não é dinheiro “fácil”. Há uma estrutura cara, complexa e global sendo sustentada para garantir que tudo funcione bem (ou não) para milhões de jogadores ao redor do mundo. E isso exige investimento constante.

No fim das contas, a ideia de que a Sony está “lucrando sem fazer nada” ao receber 30% das vendas é uma simplificação perigosa. A indústria de games é muito mais complexa do que esse tipo de argumento raso costuma mostrar. Tanto quem leva 70% quanto quem leva 30% tem responsabilidades pesadas e custos significativos para manter seus negócios de pé.


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